A Teoria das Cores para o Design de Interiores

28.2.16
Os apaixonados por decoração sabem tão bem quanto eu que a escolha das cores é fundamental para a criação de ambientes, tendo a capacidade de provocar e alterar sensações e sentimentos. Nesse caso, se eu quiser decorar um espaço, qual a combinação de cores ideal? Que cores posso utilizar? 

A importância da Roda das Cores 

Entender a Roda das Cores é a base de tudo, pois ela representa visualmente as cores que vamos combinar. A maioria dos modelos são compostos por 12 cores: 

• As cores primárias, isto é, as que não resultam de nenhuma mistura. São o vermelho, o azul e o amarelo. 
• As cores secundárias, isto é, as cores resultantes da mistura de duas cores primárias. São o laranja, roxo e verde. 
• As cores terciárias, que são os seis tons resultantes da mistura das cores primárias com as secundárias. 




















A temperatura das cores 

Antes de decorar qualquer ambiente, também é importante saber que as cores podem ser quentes ou frias. 

 • Cores quentes: Os vermelhos, os laranjas e os amarelos são normalmente cores quentes, pois são mais vibrantes e transmitem vivacidade e intimidade ao espaço. 
• Cores frias: O roxo, os azuis e a maioria dos verdes são cores frias, podendo ser utilizadas para criar ambientes mais tranquilos, calmos e relaxantes. 

Quando escolhemos uma cor tendo em conta esta classificação, devemos considerar o tamanho do espaço. Assim, uma cor quente num espaço demasiado pequeno pode torná-lo claustrofóbico. Ao contrário, as cores frias em espaços muito grandes podem dar uma sensação de vazio. 


Decorar ambientes com cores complementares 

Para identificarmos as cores complementares recorremos à Roda das Cores, selecionando duas cores opostas. Exemplificando: 

























Normalmente, uma das cores atua como cor dominante e a outra como atenuante. Isto pode significar combinações como vermelho e verde, azul e laranja ou amarelo e roxo (como está na imagem). 

O contraste da utilização das cores complementares para a decoração de ambientes pode ser demasiado agressivo para algumas pessoas, sendo neste caso ideal combinar com cores neutras, para diminuir o impacto. A solução passa também pelo bom senso, utilizando-as em “pequenas doses” e, em caso de dúvida, apenas nos detalhes. 
Aqui fica um exemplo de uma decoração de azul e laranja combinada com cores neutras: 


Aqui fica outro exemplo de combinação com cores complementares, mas que utiliza mais do que duas cores complementares: o azul e laranja em primeiro plano, o amarelo e vermelho em segundo.  






Dentro da decoração com cores complementares podemos também optar por um esquema de cores complementares decompostas, isto é, escolher o tom base e depois em vez de escolher a cor oposta escolher os dois tons que estão ao seu lado. Esta opção irá permitir uma sensação de maior equilíbrio, apesar de manter o impacto visual de cores mais ousadas. Neste caso, é também possível incorporar mais cores sem depender tanto dos neutros para acalmar o ambiente. 

Entretanto, as cores complementares decompostas funcionam melhor quando utilizamos uma cor dominante não tão saturada, mas mais delicada, para poder abusar mais dos outros dois tons nalguns detalhes. 

Aqui fica um exemplo: 



 Decorar ambientes com cores análogas 

As cores análogas podem ser identificadas na Roda das Cores por proximidade. Tratam-se do conjunto de três cores que estão lado a lado. Exemplificando: 

























Assim, poderíamos utilizar o vermelho, o laranja e o amarelo ou – como na imagem – o vermelho, roxo e violeta, etc. 

 O uso de cores análogas no Design de Interiores oferece pouco contraste ao ambiente, sendo ideal para transmitir sensações, quer sejam de tranquilidade – utilizando um esquema de cores similares em tons neutros (monocromáticos) – ou de energia, etc. No primeiro caso bastava escolher preto, branco e cinza, no segundo tons mais brilhantes e chamativos. 

Apesar de esta ser uma composição mais fácil de utilizar, em excesso pode tornar os ambientes monótonos, pelo que o segredo é a proporção. Assim, devemos escolher uma cor para ser a dominante, outra para complementar essa cor e uma terceira mais vibrante. 




































Decorar ambientes de cores tríades 

Este esquema de cores refere-se à escolha de 3 cores seguindo uma regra: os espaços entre as cores na Roda devem ser iguais. Exemplificando: 
























Este esquema de cores cria geralmente grandes contrastes, por isso é comum ser escolhido para o quarto das crianças ou para ambientes lúdicos, embora também possa ser aplicado noutros ambientes para quem aprecia muita cor. 




A Psicologia das Cores no Design de Interiores 

Ainda no âmbito da Teoria das Cores no Design de Interiores, é importante entender um pouco a Psicologia das Cores, para ter a noção de que cada cor possui um significado e uma influência no nosso comportamento, sendo uma forma de comunicação não-verbal. 






Assim, a mudança de cores pode servir para melhorar o convívio, a sintonia, a comunicação e até o humor de quem habita os espaços que queremos decorar, criando diferentes estados de espírito, expressando sentimentos, invocando reações emocionais ou inspirando as pessoas a agirem de determinada forma. 

Aqui fica uma lista simplificadas de dez cores que escolhi, com as sensações e emoções relacionadas com elas. Já sabem, se quiserem aprofundar o assunto, leiam mais sobre a Psicologia das Cores:

1. Branco: cor que transmite perfeição, neutralidade, simplicidade, pureza, união, leveza, claridade, eficiência. O que tem de negativo: é uma cor fria, estéril e sem emoção. 
2. Preto: cor que transmite poder, elegância, sofisticação, mistério, solidez, que é clássica, forte, sóbria, transmite prestígio, estilo e modernidade. O que tem de negativo: pode ser depressiva, opressora, associada ao submundo e ao mal, à morte e ao luto. 
3. Amarelo (brilhante): cor alegre, radiante, quente, amigável, visionária, que transmite energia e estimula o intelecto, a comunicação e a positividade. O que tem de negativo: está associado a covardia, traição e perigo. 
4. Vermelho: cor que transmite impacto, entusiasmo, energia, força e amor. É excitante, sexy, revigorante, apaixonado, quente, dinâmico, provocativo, dramático, poderoso, magnético, assertivo, aventureiro e exigente. O que tem de negativo: é uma cor violenta, agressiva, perigosa e temperamental. 
5. Rosa (claro): transmite romantismo, acolhimento, suavidade, carinho, amor, afeto, compassividade, fragilidade, delicadeza, inocência e juventude. O que tem de negativo: o ser muito doce, muito sentimental. 
6. Azul (celeste): cor que transmite harmonia, amabilidade, serenidade, purificação, paciência, calma e fidelidade. É reconfortante e faz-nos sentir descontraídos, calmos e protegidos. O que tem de negativo: pode ser distante. 
7. Verde: cor revigorante que transmite esperança, boa sorte, juventude e nos remete à natureza, à fertilidade, ao saudável e ao equilíbrio. 
8. Roxo: transmite concentração, felicidade, idealismo, otimismo e riqueza. Inspira dignidade, autoridade e respeito. 
9. Laranja (vibrante): é uma cor infantil, lúdica, feliz, brilhante, quente, ativa, amigável, expansiva, otimista, comunicativa, que inspira criatividade, entusiasmo e alegria. O que tem de negativo: pode ser demasiado estridente. 
10. Castanho: É uma cor rústica, que inspira a natureza, é sólida, segura e calma, morna, durável, segura, confiável e tradicional.

Este post foi elaborado com a fantástica colaboração da Zaask, as imagens utilizadas foram pesquisadas aqui

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